3 de dez. de 2009

Certeza?!


Em um reencontrar-se constante, o medo sugere tímido calafrio, uma pequena incerteza insentida se aconchega no assoalho da paz. Tão delicadamente se acomoda quão bruscamente expulsa o tesouro do justo. Que a vida é incerta eu sabia, não sabia que era tão incerto viver, o que é do riso sem a lágrima? A finitude disto que manuseamos com tanta fragilidade não é senão um conselho? De que lhe adiantas lutares? De que lhe adianta espernear, berrar, julgar, ofender, de que te adiantas questionar? Aprender? Sim! Aprender a viver. Em todos os tempos. Viver em plenitude a incerteza do pequeno milagre da vida. Venham os tempos ruins, venham os tempos de ostentação, venham os tempos de fartura, venham a escassez de bem. Venha a vida ao que é vivo. E Aprenda este, a viver. Viver no pouco, no muito, no quase, no tudo, no bem, na sua ausência, junto, separado, feliz, só... Sim, aprendas a viver nessa flexibilidade incoerente... Indecisa. E viverás na plenitude. Não espere sempre o sim. Ainda que sua vida dependa dele. Não garanta vitória ao não mesmo que o sim lhe pareça longe. Não desista! Não há porque desistir. Que opção menos covarde nos resta? Correr? Para onde? Ao encontro do tempo em que vivemos? Não... Deixe disso. Apenas viva. Este sonho de milagre é deveras breve e delicado. Como um presente, o melhor presente do universo para você, um presente que vem com uma maldição. A maldição de sua efemeridade. Pois é desta forma que nos convém deixar cair por terra as máscaras suaves do certo, do errado, do devia, do “e se”... Não deixe que estourem-se os balões da esperança.. Conserve seu balão branco. Procure – o




Ah, viver! Como é suave aos meus sentidos os sons inaudíveis desse mistério metafísico. Um colapso de obscuridade e ambição nos fascina com a desrespeitosa perfeição do universo... e nós? Onde estamos? Sem dúvida... debaixo das mentiras que nos protegem, que nos impedem de voar. Que nos tiram do amargo oceano de dúvidas corrosivas... Viver é uma arte. Morrer, um dom.