10 de abr. de 2010

Confissões de um sedutor...




Oculto meu amor em paixões forjadas. O fogo que me queima ao viver a falácia de meus novos amores é o mesmo que congela meu espírito e o carrega delicadamente à escuridão solitária de violentas lembranças. Tristeza, perguntas, tudo. Tudo entope o fluxo de minha vida procurando ansiosamente por uma centelha. Deslizo por entre minhas lembranças. Brinco sozinho e calmo como uma criança que não pôde ir ao parque. A solidão diverte-se comigo junto às minhas companhias. São estas, as melhores. Pessoas fenomenais que se deixaram enganar pela mentira de que tento me convencer a cada segundo. Sinto irreversivelmente o fogo e a tristeza do amor que não tive. Mas de que experimentei. Perguntam-me os porquês, escandalizam-se de mim, enganam-se por mim, arriscam dizer me “você tem coragem?”, “como você pôde?”, “seu traidor!”, entre tantas outras. Eu apenas vejo-as, penso-nas aprovo-as e as abandono. Sinto um relapso de vazio ao despir me de tudo que criaram em mim. Logo ele passa, pois novos olhos penetram nos meus, pedindo para que possa eu fazer também deles ulteriores testemunhas de minha vileza intransigente. E assim sigo a vida, sendo um pouco de mim, sem o eu que está em ti, procuro-a, mas não a encontro fora de mim. Sou um pedaço do sonho de todas, e a meu sonho, apenas as lembranças. Tão doces quanto a cicuta, tão delicadas como um punhal e tão sublimes como a morte. Adianto me a este fim de agora, pois o ontem não pode prevalecer no hoje, infelizmente. Morrerei a cada segundo, a cada pulsar de meu coração será um pulsar a menos de vida sem a alegria de estar completo. Mas desmedidamente assim viverei. E a vida, se quiser, um dia me presenteará com algo que compense isto... ou ao menos com a morte...